Confidentes

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Sobre Caminhos, Náufragos, meninas e tiro ao alvo... Um post feminino!

Ai, como é bom poder dar uma passadinha aqui para a primeiríssima atualização de 2014!  

Antes arte do que nunca!

ps.: A REGRA É CLARA - APERTA  PLAY E VEM COMIGO!
BOA LEITURA. 









Minha Princesa

Embora a imagem que se imponha à frente seja lá o fim de tarde avermelhado
É pelo retrovisor que avisto ficando para trás o meu lugar... Minha Menina.
Outro dia na estrada de chão aveludado,
Solo quente que vai dar na minha gente e que me leva. Que me tem.
O caminho das saudades.
Do passado e do futuro.
A minha meninice estampada no vão de seus Vales, O TEMPO!
É Pedreiras, eterna princesinha do meu coração...
Que agora se esconde entre os montes encantados
 para trás deixados, uma vez mais...Fica em paz 
 Que eu que, em todo caso, Fiz-me em tuas vielas... Eu?
 Ah! Eu volto. Eu sempre hei de voltar.
 E Vou... já morrendo de saudades!

-Jacqueline Lemos-








Náufraga

 (Boas novas, consegui completar a trilogia: Ágata¹, Alma Lavada², Naufraga³)

É fadada a hora em que a tua proa arrebenta nesse gelo frio...
Magoados sairemos todos disso.
Afundaremos com ela.
Ágata, A Louca a perder-se uma última vez na tormenta de si mesmo...
São os mesmos bons e velhos tristes versos,
E uma vida de retalhos.
E eu rasgo.
Rasgo agora a última das linhas.
Aquela que nunca soubemos...
A linha que nos liga atravessando  o tempo, 
Quebrantando  o gelo,
Arraigada trajetória de erros e rotinas.
Mas corra ágata, corra!
E ela corre, corre pra mais longe e cada vez mais rápido Aplacando os mares,
Trazendo consigo destroços da última embarcação... 
Resvalando em dor a última das poesias fétidas por seu ventre gerada
E pelas feras de seus Mares consumida.
Ágata fluída.
Ágata,  fuja daqui!
Ágata chega!...
... que você já vai tarde.
E ela fica.
E a tristeza nos seus olhos me invade,  me pede de volta!
São as malditas brigas,  incertezas demais...
É a sua disponibilidade.
E a sua ausência.
Seu medo de Assumir as coisas
o exagero de sumir  sempre.
Ágata, finja que não vai doer. 
Naufraga profundamente.
Ela vai se afogar. 




Doce Camila

Ela tem olhos de um mar frio, denso e improvável.
Desses mares que a gente se atira de uma vez e sem qualquer certeza...
Desses mares que nos convidam a afogar no fogo cru de um desejo.
O corpo dela é jovem, a mente fria, a necessidade de estar firme
E, no entanto, nem isso rouba o chame das mãos que tremem,
Do coração que palpita.
Ela tem o que costumo  chamar de “grito contido que nunca cala”
E ela, quando e se fala é assim...
Só mistério, um sopro cálido, vestígios e espreitas;
Um revertério mesmo! Quando possível e quase sempre.
E nesse jeito de olhar profuso 
Que oscila o nada saber e o saber tudo você pode mesmo se perder
E pode, no risco, perguntar até onde irá...  
E pensar sem conter: “que coisinha irritantemente interessante!”
E de repente o mesmo olhar faz querer se impor, dizendo: “Ei você, alto lá!”
As palavras que escolhe calculadamente, coisa mais fofa!
O toque, quando há toque, intimista, o doce modo de expressão.
Um quase veneno, eu diria,
Há nesta menina uma quase segurança
Que  se lida de relance, intimida!
Creiam-me.

-Jacqueline Lemos- 




Estilhaços

Eu vejo você,
Sombra negra da Pampulha,
Voz que estremece em meus pesadelos...
Eu posso vê-lo, frente a frente,
Algoz da minha sentença pra o inferno!
E poderia vê-lo, sinueta disfarçada,
Como sempre.
O reconheceria em qualquer tempo.
O que eu sei é que algumas palavras e alguns silêncios...
Eles doem tanto!
O que eu sei é que você blefou com a garota errada
Há tanto tempo...
O que eu sei é que as pessoas mudam tanto e sempre.
Por que veja:
Eu vejo você,  mais, você não me vê.
E nós, onde estivemos?
Eu vejo você,
Sombra equivocada!
E mais nada.
Mas nada!
Mas... Por que nos meus sonhos?
Por que na minha mira,
Mãos armadas...
Pés atados demais pra correr.
E um único tiro dado com a mesma segurança dessa ausência.
Afinal, são os meus estilhaços a voar linha reta para o chão...
O doloroso é vê que você está morrendo,
Lembrança a tanto ruminada,
E saber que, eu  vejo você, mas, você não me vê!
 Nem verá...
Por que eu vejo você
Mas, não me vejo.
E deveras, isso dói tanto!
Tumor há muito apodrecido.
Olhar triste de alguns dias, poucas falas...
O que eu sei é que o tempo,
Bem, ele precisa passar!
- E passa às vezes pela gente
Como qualquer transeunte
E, despretensiosamente, olha nos nossos olhos
Mas não o vemos, não damos voz aos seus alertas.
Até que um dia frente a frente ao espelho...
Irremediavelmente, o vemos, até quebrá-lo!
E o quebramos... E até lá,
Serei eu a refletida em sua memória?
Frente a Frente, eu posso vê-lo,
Lá se foram quantos anos?
Quantos tiros desperdiçados?
Estilhaços não refletem nada
Então, não me olhe assim...
E deixe que o tempo se encarregue dos meus cacos...
Por que eu até já posso vê-lo,
 - Um transeunte qualquer que nunca soube achar o seu caminho
Ou me olhar nos olhos.  


 - Jacqueline Lemos -

*** Se você chegou até aqui, gostou mesmo.Comente,eu em muito aprecio a opinião dos que me leem***


2 comentários:

  1. Parabéns amiga! Que todos possam ver sua arte e notar o quanto é rica...

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