Esta é uma terra de Poesia. É Para aqueles que nela acreditam, que dela fazem seu remédio, seu veneno. Que a apreciam, a detestam. Quem a tem como um ideal e quem não faz a mínima ideia do que seja isso. Amantes, como eu, do direito pétreo de expressar-se! Esta terra é para VOCÊ que me lê, me permite gritar em seus silêncios, meu ilustre convidado. Seja sempre bem-vindo à Terra dos Sonhos Perdidos - onde o tudo nada é... E o nada pode ser tudo!
Intensa. É como penso a minha relação
com o teatro. É intensa a sensação de ter um chamado. Por que é isso (ou não é):
Teatro não é hobby, profissão, formação, modismo... Fazer teatro é ser
convocado. É mais ser escolhido do que escolher sem precisar deixar ninguém de
fora. Por que teatro só se faz com as pessoas e por elas. Por que é inclusivo,
mesclado e puro. Por que nele podemos ser quem quisermos...
E por que tudo isso? Por que o teatro
é profano, mas é Sagrado! Por que é teatro. Pronto. Por que teatro é isso, mas nunca
só isso.
Por que ser o teatro implica em estar
Pronto para aprontar sempre! E ele, o teatro, vai implicar se custarmos
rendermo-nos a isso e tudo bem, que assim seja, por que sem isso minha vida não
teria a menor graça.
Por que se faz teatro, afinal? Para restar vivo mais de uma vez e morrer para
si mesmo quantas vezes forem necessárias (e são tantas...)
E abdicar, meus queridos, de algum
modo não é santo Também? Pois é isso. É
teatro, e quando ele, o teatro, se personifica para mim, como no ensaio de
ontem, como nos últimos eventos, me dou conta do quanto esta é também uma relação sedutora.
Ainda que pese a rotina, a lentidão e
a rudeza da vida sobre as circunstâncias das quais queiramos ou não estamos
expostos, ainda que alguma tristeza faça menção de aproximar-se deflagrando os
velhos sonhos de um mundo novo, ainda assim virá ele, o teatro, quase um filho,
quase um pai, quase um de nós! Como um deus... Como Deus para dizer:
“Vem, vamos brincar mais um pouco. Acreditar vez em quando,
divertir-se mais. Vem, vamos vestir como todos, a máscara da sobrevivência para
despir alma; pois a nós os famigerados, subversivos, desertores, vocacionados, vagabundos, elevados, achados e perdidos, os
fazedores de teatro, os semideuses o que resta é isso: cumprir o chamado.
Chamar gente para ver, para fazer, para contrariar se for o caso e compartilhar
sempre por que é preciso e por que teatro é isso também. Vem, vamos desnudar o
mundo de cinzas e coser com magia um novo manto, um outro olhar, uma outra vida,
tudo outra vez... Como guerreiros, missionários, desbravadores, como sonhadores que somos. Tão humanos,
tãomortais”.
A questão toda é prontificar-se. Para então provida de
divagações, cansaços e sorrisos retornar de um dia todo de trabalho. Tomada.
Completa e como sempre seduzida. Alma lavada e de verdade. Alma entregue. Sempre.
No mais, a Vida segue na boa e velha
conclusão (que não é uma conclusão, mas sim uma pergunta) que me sustentou até
aqui:
“Que outro jeito se não fazendo teatro pra eu ser feliz?”
Jacqueline Lemos
*** Se você chegou até aqui, gostou mesmo.Comente,eu em muito aprecio a opinião dos que me leem***
Decepções, sentimentos, amor, ódio, família, sexo, drogas, tudo muito intenso quando se é jovem, tudo além do limite quando se passa por essa etapa, não se assustem com eles, estão apenas querendo se encontrar quando ninguém os chama:
PERSONAGENS DA SAGA:
ZACK
SAMMY
FRED
PENNY
BOBBY
XINA
BILLY
DUDA
CECI
1ª SAGA
ZACK
Acordando em 3, 2,
1...
Lá vai mais um dia
para arregaçar com tudo, não to nem aí, curtição á toda hora, sem frescuras,
sem amarras, sem mesquinharias. A cada minuto, tendemos á fazer de nossas vidas
um tédio sem fim, e eu que nunca penso ou ajo como os meros mortais, decidi que
hoje era o dia de colocar o mundo abaixo, de mostrar tudo o que eu tinha
guardado, cuidado, saia da minha frente que eu vou sair atirando.
Tomo um banho rápido
e caprichado, afinal não dá para vacilar com as minas não é mesmo? Desço à
cozinha, para tomar o meu (sempre) sem graça café da manhã, minha irmã, linda e
atrevida a “Vick”, já está a postos, toda uniformizada para ir á escola, eu
não, ainda bem que tenho a sorte de estar numa escola que chamam esse trapo de
“padrão”, ser só mais um. Minha mãe já estava presente, doce, meio boboca, mas
mesmo assim doce e amorosa, como eu amava aquela idiota, sim, é meio besta,
aff... amor, era o que eu sentia por aquela criatura.
O mesmo eu não posso
dizer do velho pançudo Ernesto, meu pai, que infelizmente já chega ralhando e
gritando como um cão vira-lata.
ERNESTO – Ei, seu infeliz! Por que você
não deu descarga na privada? Caralho! Parece que tudo nessa casa sou eu que
tenho que fazer? Tudo, porra?!
E eu, que sei que
meu nome tá no topo da lista dos escolhidos pelo capeta, coloquei o pé na
frente para que o velho desse com a fuça de vez no chão!
ERNESTO – Ai, caralho...
MÃE – Querido! Você está bem?!
ERNESTO – Como posso estar bem? Quase
racho a cabeça no chão porra!
ZACK – Se tivesse prestado atenção por
onde anda nada disso tinha acontecido.
Quem curte muito isso, é a Vicky, que ri
em silêncio na mesa.
ERNESTO – O quê?! O que você disse seu
filho da...
Me livrei o mais
rápido possível daquele hospício, caminhando direto para a minha escola,
encontrar a minha galera de insanos á quem são muito parceiros, e nem bem chego
a porra da escola e lá estão os três vadios, que tem um gosto pra estudar,
assim como eu tenho o gosto e prática
pela Geometria.
Billy, Sammy, Penny
e Xina, espalhados pelo gramado da escola, cada um em seus momentos e
pensamentos. Cumprimento eles na maior empolgação.
ZACK – E aí vagabundos, qual é a boa de
hoje?
BILLY – Boa? Não temos “boa” nenhuma pra
contar, eu acho...
XINA – Aff... Aposto que tá todo animado
assim, é porque aí tem, não é? Vai conta logo, onde vai ser a bagaceira?
ZACK – Acertou danadinha, amanhã, depois
da aula, convoco vocês para irem lá em casa, pois meus queridos pais estarão
fora por esses dias, então, casa livre garantida pra fodermos com tudo de uma
vez! Podem levar o que e quem quiserem...
BILLY – Cara, não sei não, tem prova
semana que vem e eu preciso me concentrar.
Sabia que Billy iria
furar, também, o único entre nós com um talento nato para os estudos e uma
declaração de virgindade verídica, era o que mais fugia dos nossos lances, mas
eu, com jeitinho não presto de ser, convencia-o do contrário, caí em cima dele
quando disse isso.
ZACK – Ei, para de ser cuzão agora! Vamo
cara, relaxa, ou eu vou ter que implorar para você? Hein?
BILLY – Tá bom... eu vou... que merda,
sei que vou me foder todinho nessas provas, aff.
SAMMY – Tô dentro também, Zack.
PENNY – Eu também.
As “Bitchs”, a dupla
de sebosas que são conhecidas por esse codinome ridículo no colégio, acabam de
passar entre a gente, são elas a “Duda” e a “Ceci”, e reparo que Xina olha
insistentemente os passos das duas vadias exibicionistas, sento ao seu lado
para bater um papo.
ZACK – E aí? Ainda com essa idiotice de
se juntar á elas? Por acaso você não gosta de seus amigos pequena?
XINA – Claro que sim, mas a minha
intenção com elas é mais por curiosidade do que por ficar ‘amigas de infância’
e coisa e tal. Quero saber o que conversam, o que planejam, e por que são tão
perfeitas a ponto de tudo dá certo pra elas duas.
ZACK – Garota você é maluca mesmo,
rsrsrs... Talvez eu possa te ajudar nisso, o que acha?
XINA – Faria isso por mim?
ZACK – Claro que sim, somos parceiros,
não somos?
Depois da passagem
das duas azedas, elas encontram com o “Bobby”, namorado da Penny, o cara
popular da escola, nem tão bonito assim, mas popular, dizem as “boas” línguas
que ele, ás vezes joga no time contrário, ele nega, é claro, visto que é
também, para completar a dose, o capitão do time da escola, a cara de ‘macho
brabo’ que faz quando sabe que estamos falando dele é hilária.
ZACK – Então tá certo, não furar a
parada bando de caralho!
Como e estou quase
para terminar e saí de vez dessa escola
– 3º ano, faltando só três meses – graças á Deus, ando até que assíduo e
participativo nas aulas, porque antes os meus amigos chamavam-me de “Jason”,
aparecia um dia na vida e outra na morte. Mas tenho as minhas chances de
passar, ainda mais por conta do meu professor Aroldo, que sente, digamos assim,
intensas poluções noturnas toda a vez que me vê em sua aula, desejando o meu
corpo nu. Gordinho, careca, branco e suava intensamente como um porco, enfim,
não tinha o quê reclamar ao seu respeito, o cara me ajudava e eu retribuía,
como? Ora, com cafunés, não, nós dois nunca fomos para a ‘fudelância’, aí já é
outros quinhentos e muito caros.
Nem senti a hora
passar direito e finalmente as aulas acabam, vou todo animado para casa, ver a
última noite de meus pais, e é claro, iria planejar tudo o que uma “festa do
caralho” deve ser, ligar para as gatas mais Top, reservar bebidas, camisinhas e
as drogas. Tudo nos conformes.
Após isso, coloco
bem alto “The Number of The Beast” do Iron Maiden, ecoando por toda a casa, só
pra aquecer, Vicky adorou, pois veio dançar comigo em meu quarto, o cuzão do
meu pai, é claro que não, mas foda-se, era isso mesmo o que eu queria. Dancei,
pensando no hoje, não no amanhã, usando a famosa frase clichê, mas pouco
praticada no dia-dia: SEXO, DROGAS E
ROCK ‘N’ ROLL!!!
Cansado, deitei
pingando de suor pelo tapete do quarto, e olhava por entre a janela as luzes de
poucas estrelas que enfeitavam o céu cinzento.
Amanheceu devagar e
descompassado, com as malas ainda no carro, meus pais ainda davam as
‘instruções’ desnecessárias aos quais eu nunca iria cumprir, é claro: “NÃO FAÇA
ISSO MEU FILHO!”, “DEIXE TUDO LIMPO, QUANDO EU VOLTAR!”, “NÃO VOLTE TARDE PARA
CASA!”, “NADA DE FESTAS!”.
O quê?! Pô cara, eu
to com 17 anos na fuça, e eles ainda vêm com proibições que não condizem com o
minha realidade? Ah, vão se foder!
E pronto! Finalmente
se encontravam estrada afora, agora era a hora de botar pra quebrar!
Com a ajuda da
Vicky, afastamos os móveis e os objetos quebradiços da sala, colocamos as
bebidas e já ligamos o som no volume máximo. De novo, pirando sozinhos, os dois
loucos, por enquanto... Depois de mais ou menos 20 minutos, chegavam alguns da
galera, eram os meus ‘parça’, é claro.
ZACK – E aí aziados? Vamos botar pra
quebrar hoje? Vamo lá, peguem bebida pra vocês... cigarros, tem maconha também,
o que quiserem...
PENNY – Pelo visto nós fomos os
primeiros á chegar.
SAMMY – Ei!... Tem vodca aí?
ZACK – Claro, irmãzinha, vai lá de boa
na cozinha pegar.
SAMMY – Beleza... Oi Vicky!
VICK – Oi.
ZACK – E aí Billy! Tá todo acabrunhado
por quê? Vamo meu irmão, vamo encher a cara caralho, hahaha!
Xina e Penny começam
a dançar entre elas e convidam Vick em seguida, Sammy está solitária pela
cozinha, virando a vodca garganta adentro, ofereço uma cerveja a Billy que
ainda tímido aceita.
E as horas iam
passando, e o resto dos convidados chegando mais e mais, já estava com meus
hormônios fervilhando, beijava muito, cheirava, bebia, fumava, enfim um puta
louco sem rumo. Foi quando uma figura sinistra ao qual eu nunca havia imaginado
que pudesse estar ali apareceu, Professor Aroldo, me trazendo aparentemente um
presente.
PROF. AROLDO – Oi, Zacarias, como vai?
Olha, eu trouxe...
ZACK – Pode me chamar só de Zack,
professor...
PROF. AROLDO – Tudo bem, como você
quiser. Trouxe um presente pra você!
ZACK – Não precisava professor, o que é?
PROF. AROLDO – Abra, você vai gostar...
Abri com cuidado, a
tal caixa de presente parecia um pouco pesada, e quando vi o que tinha dentro
tive uma leve surpresa, era uma garrafa de uísque caríssimo, ao qual nunca
tinha ouvido ou visto falar e um boné original dos Yankeens.
ZACK – Obrigado professor pelo presente,
muito bom.
Dou-lhe um abraço
apertado, depois ele fica alguns segundos em silêncio me olhando com um ar de
vergonha.
PROF. AROLDO – É... eu… eu… não mereço
algum tipo de retribuição em troca disso?
ZACK – Que tipo de retribuição você tá
tentando dizer professor?...
Permaneceu
completamente em silêncio, saquei logo que aquele olhar fajuto de timidez
estava escondendo um lado sacana, meu corpo, simplesmente eu...
ZACK – Está bem, vamos subir lá pro meu
quarto então...
E lá se ia nós dois,
rumos ao quarto, eu entendi perfeitamente desde a sua entrada de surpresa na
minha festa, aqueles presentes, o sorriso amarelo, ele queria o que ansiava por
muito tempo, mas eu estava sem grilos, era só um cu mesmo, poderia até parecer
repugnante a imagem disso tudo, ao qual eu nunca havia experimentado antes em
essa minha vida desregrada, pois é, estava na hora de quebrar alguns
paradigmas, e olhe lá.
ZACK – E aí está querendo fazer isso
mesmo?
PROF. AROLDO – É o que eu espero há
muito tempo, meu garoto...
Abaixei a calça e a
cueca até os joelhos, ele finalmente sentiu o meu gosto. Procurei não pensar em
nada naquele momento, só no tano de merdas que eu já havia passado por essa
minha juventude até ali, ali mesmo, naquele exato momento sendo “abocanhado” pelo
meu professor, de repente, um grito:
- Polícia!!! Ei Zack! Caralho! Vem logo
aqui! Aparece!
Era o Billy, paro
com o ‘lance’ imediatamente, abro a porta do quarto, e lá estava meu amigo, se
cagando de medo e nervoso.
BILLY – Ei cara, alguém ligou para a
polícia e eles estão por aqui. E aí? Tá cheio de drogas, bebidas, menores...
cara, e aí? O que você vai fazer?
ZACK – Professor, vamos ter que parar
por aqui, agora você tem que sair daqui o mais rápido possível. Vai, vai...
PROF. AROLDO – Mas... eu posso ajudar
você...
ZACK – Não, não, pode não... vai rápido,
vai...
PROF. AROLDO – Ok, ok...
Desci rápido as
escadas, desesperado, PORRA! Nada podia dar errado nessa noite, mas deu e fodeu
com tudo de uma vez só.
XINA – Zack... A polícia! A polícia está
dentro da casa revistando tudinho!
Todos ficam em
silêncio, enquanto a polícia começa a revistar a casa e convidados, e eu fico
parado feito um banana no meio da confusão...
POLICIAL – Por acaso, isso lhe pertence
jovem?
A merda fedeu e
feio, o polícia logo me mostrou um saquinho de cocaína, caguetaram e disseram
que era meu, dei no pé o mais rápido que pude.
Enquanto os “homens”
corriam atrás de mim, os outros tentavam em vão prender os restantes dos vadios
que estavam na bagaça, aí o pânico se instalou de vez entre a galera. E eu
corria sem rumo certo, sem orientação alguma, apenas queria me livrar dos meus
problemas, jamais enfrentá-los, assim era mais confortável, isso sim. E de
repente, entro no porão de uma casa qualquer, um ótimo esconderijo aliás.
E como desgraça
pouca é bobagem, ouve-se um burburinho vindo da porta principal do porão, não
me fiz de rogado, peguei logo um bastão que estava do meu lado direito, não ia
pensar duas vezes antes de meter o cacete em qualquer um que fosse, luz acende,
me preparo para bater, e... para a minha surpresa, era uma linda gata madura, vestida com uma camisola de seda,
bastante sensual. Ela ficou assustada, é claro, mas não tanto, a ponto de me
fazer perguntas:
MADURA – Mas garoto, quem é você? E por
que está aqui?
ZACK – Calma, eu posso explicar, é que a
polícia tá me perseguindo e...
MADURA – Além de tudo é fugitivo da
polícia?
ZACK – Não é bem assim, é porque resolvi
dar uma festa junto com os meus amigos, alguém denunciou e...
MADURA – Sim, fui eu que denunciei...
ZACK – Você?... Mas por quê?
MADURA – Estava me incomodando, ainda
mais por que um garoto atrevido fazia tudo escondido enquanto seus pais
viajavam...
ZACK – Peraí, como sabe que...
MADURA – Sim, conheço uma boa parte de
sua reputação, meu querido, mais do que imagina Zack.
E loucamente começou
a me beijar, estava literalmente no cio, pela primeira vez eu não estava no
comando da situação, eu queria trepar ali mesmo, mas ela sugeriu que fossemos
ao seu quarto no andar de cima. Subimos, e pude notar em sua mão direita, uma
aliança, pois é, CASADA E SAFADA, mas foda-se, aquela altura do campeonato, só
queria ficar ali mesmo, longe de toda a confusão, eu estava em boas mãos,
pernas e tudo de bom que estava por vir. Transamos muito, o suor tomando conta
de tudo, arranhões, beijos, fungados e gemidos, novos, intensos, simplesmente
maravilhosos, minha noite terminou bem e como terminou.
E assim, amanheci em
sua cama, com uns chamados insistentes:
MADURA – Ei garoto! Acorda vai!
Acordei, ela já
estava de banho tomado, com uma toalha enrolada em seu corpo.
ZACK – Hum... que horas são?
MADURA – Hora de você ir para casa
agora! Vá, se veste rápido, meu marido não ia gostar nada, nada de ver você por
aqui.
Caralho! Tinha
esquecido aquele imenso detalhe, era melhor eu cair fora naquele mesmo
instante, mesmo com a sensação de estar sendo usado e depois tratado como um
merda, mas foda-se havia curtido pra porra aquele momento.
ZACK – E aí, quando podemos ter outros
lances desse tipo de novo?
MADURA – Ah... garoto, espero que tenha
aproveitado muito bem este momento, agora vá! Segue o teu caminho.
Falou com a cara
mais debochada e cínica do mundo, bem, eu já tava sentindo que aquele era o
momento único e irrepetível ao qual havia vivido, ela tinha razão, com isso
peguei forte em seu rosto e tasquei-lhe um beijo sem cerimônia nenhuma. E ela
retribuiu, é claro... vagabunda.
MADURA – Ah... Tá bom garoto, vai,vai,
vai...
E sai em disparada
de sua casa, em questões de segundos, quase que o corno do marido dela me pega,
assim que saio pelas portas dos fundos ele havia entrado em casa. E aí que veio
a surpresa!
O tal chifrudo era o
diretor da minha escola, o rechonchudo Sr. Lourenço, senti um misto de medo e
de riso durante a situação em que me encontrava, medo pelo que se ele chegasse
a alguns segundos atrás iria me pegar e fazer picadinho de mim e o riso pelo
fato de quem iria dizer que um dia comeria sua mulher.
Andei o mais
depressa possível até a minha casa, para ver como as coisas estavam...
E como eu disse
anteriormente desgraça pouca é bobagem, deparei com as malas dos meus pais em
casa, PUTA QUE PARIU! Eles voltaram! E meu pai, possesso, veio em minha direção
pegando nos meus cabelos.
ERNESTO – Olha aqui seu miserável! O que
eu te disse pra não fazer, hein?! Tu vai levar uma lição das boas!
ZACK – Me larga caralho! Eu não fiz nada
porra! Me larga porra!
MÃE – Para! Parem vocês dois!
ERNESTO – Para porra nenhuma! Esse
miserável aqui põe tudo á perder e deixa a Vicki aqui sozinha! Tu vai apanhar
moleque, tu vai apanhar...
MÃE – Chega! Chega!
Minha mãe dá um
grito tão forte e intenso que quase se ouviu no outro quarteirão, Ernesto me
solta de uma vez.
MÃE – A polícia conversou com a gente
Zack, denunciaram que a nossa casa estava tendo uma festa muito barulhenta, com
adolescentes bebendo, se drogando e gritando feito animais, é verdade isso?
ZACK – Mãe...
MÃE – Me responde porra...
Não falo nada, ela
tentando segurar o choro diz:
MÃE – Pois bem, sorte sua que seu pai
conhece os policiais que fazem rota por essa rua e lhes deu uma “garantia” pelo
silêncio deles, salvamos sua pele seu irresponsável.
ZACK – Mas...
MÃE – Cala a boca! Só te digo uma coisa,
mais uma dessas... E eu te ponho pra fora de casa, entendeu?...
Respondo com a
cabeça que sim, é foda, as palavras machucam mais do que canivete enferrujado,
ainda mais vindas de sua mãe.
MÃE – Ok. Agora suba não quero ver sua
cara tão cedo novamente...
Subo as escadas não
totalmente triste com as palavras duras e a cara carrancuda da minha mãe, mas
com a frustração de ter dado errado a minha grande festa. E ainda escuto, ela
falando pro meu pai:
MÃE – E você, seu imprestável?! Dá pra
arrumar tudo aí? Vou deitar um pouco, tô com uma baita dor de cabeça.
Chego perto do
quarto da Vicky, ela aparece na porta e diz:
VICKY – Foi mal Zacky, tinha tudo para
dar certo, e a mamãe... ela nunca que iria ter coragem de te expulsar daqui.
ZACKY – É... eu sei, maninha.
Abraçamos-nos
fraternalmente, vou para o meu quarto exausto e pensativo, apesar da noite
conturbada, vem sempre algo bom ou inesperado compensar, e aquela vadia foi uma
dessas coisas. Ah... vida complicada a minha, e não é ironia o que estou
falando.
Já era outro dia,
amanheceu, hora de ir pro colégio, nem tomei café, pois não queria causar
silêncio constrangedor em ninguém lá em casa, decidi comer pela escola mesmo, e
lá estava a minha galera de fé e companheirismo, cumprimento cada um.
BILLY – E aí, Zack? Pra onde tu foi
quando a polícia chegou lá na tua casa? Todo o mundo tava te procurando.
ZACK – Estava numa parada muito doida
meu irmão, depois te conto.
XINA – Ih... pelo jeito aprontou de
novo, não é?
ZACK – KKKKK... Você me conhece muito
bem, né Xina? Até melhor do que eu...
XINA – É por isso que somos amigos...
Fato
Olho direito pra
ela, realmente ela tinha seus atributos, apesar de não ser um exemplo grandioso
de beleza e coisa e tal, mas ela me fascinava desde as nossas primeiras
brincadeiras quando crianças, como estamos no último ano, talvez terminaríamos
juntos, se eu é claro, não fosse do jeito que eu sou... Mas o seu único defeito
era a obsessão em se tornar uma daquelas duas vadias, a Ceci e a Duda que
haviam passado pela gente naquele exato momento, sempre como se não estivessem
pisando no chão.
O sinal toca, hora
de ir para aula do Professor Aroldo, sim, o mesmo que teve a coragem de me
pedir para ser chupado em meu quarto, mas eu não estava nenhum pouco
constrangido, os presentes até que valeram muito bem para aquela cena
vexatória, ele quando me olhou, assim que eu entrei na sala, ficou
desconcertado.
PROFESSOR ARALDO – Pois bem, meus
caros... Na aula de hoje vamos falar da Revolução de Bolchevique, que
ocorreu...
Entra então o
diretor galhudo e balofo, Lourenço, para dar um aviso:
SR. LOURENÇO – Só um momento professor
Aroldo, desculpa lhe interromper, mas antes de começar a sua aula, gostaria de
apresentar à classe a nova professora de Filosofia, pode entrar professora
Suellen.
Ca-ra-lho! O que
está acontecendo?! Sempre uma surpresa atrás da outra?!
A tal professora era
a mulher que eu havia transado quando invadi desesperadamente sua casa, e que
era a amante do diretor pelancudo. Olho pra ela atônito, e o dela cruza com o
meu, sorri descaradamente, mostrando um ar simpático e desgarrado de qualquer
acontecimento que houve entre nós.
Pois é, se meu ano
letivo já tava todo ruim, agora fodeu tudo de vez...