Confidentes

domingo, 8 de março de 2015

SOBRE ELA E SOBRE MIM: O SER MULHER, O SER ARTISTA E OUTROS PLANOS...

APÓS UM JEJUM POÉTICO DE MESES...
RETORNO À ESTA TERRA EMBEBIDA DELA, POESIA:









Mulher (por uma delas)

Há aquela que tem medo da felicidade.
Mulheres são de Vênus
E de Marte.
Penteiam seus cabelos
Entrelaçando sonhos no peito,
Ela se pinta e se enfeita
(Umas sim, outras não e tanto faz.)
Com efeito, no espelho se procuram
E vira do avesso pela cria
(Mas, nem todas.)
Ela se encontra, ela se vira, ela se cria.
Há mulheres que dão vida
Outras que sobrevivem
E há mulheres que estão presas em seu corpo
(Como tantos)
E todas elas são perfeitas
E insuportáveis (De TPM, qualquer uma)!
E algumas têm medo da felicidade.
Mas se arrebentam feito proa entre os mares
Peito aberto, curva linda.
Numa coragem tão densa e incompreensível!
Há pouco tive a impressão de ouvir uma delas
Pela vaga lembrança do assoalho em seus sapatos,
Quando, ás vezes, vinha dona.
Mas era o sopro de um dia frio, apenas.
E não a felicidade.

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Vestes de Aço

Peito frio  que se expõe
À  arte do ridículo
E  também estes
Vestes de Aço
Ventos do leste
O artista  morre a espera do nada
E de gente, no sentido
De humanidade
Os artistas, estes palhaços!
Escancarando as vísceras
Dos outros
Alimentando os sonhos das crianças
Os artistas, estes loucos
Assassinando-se
Como um blues over
Os artistas estes bobos
Da Grande Corte...
A quem ainda e a pulmões
Peito aberto há de gritar:
Que o corte é fundo,
Mas não é por que sangra
Que deixará de sonhar.
O artista...
Nunca.
Oh sina!
O ARTISTA É TODO FÉ.

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Plano de Aula

                                                                                                                   “E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê flor e fruto”.
- Milton Nascimento -
De volta ao começo
Do caderno e a caneta
E o que é isso?
O plano é renascer poema
Mas há tanto que planejar
Tanto que viver
E há saudades todo tempo
E a ansiedade dos primeiros passos
Perdidos uns nos outros
E o desafio dos caminhos novos
E toda essa trajetória que
Retorna ao meu ponto de partida.
E há alguém para quem eu gostaria de dizer,
 sobre isso, o seguinte: 



“Eu ainda nem sei direito como cheguei aqui. Sabe, a sua falta quase me matou... Mas saiba que eu estou feliz! Hoje eu compreendo tanta coisa que na meninice você me ensinava e me sinto tão perto agora e ainda sinto tanta saudade!”


Mas isto devia ser um plano e não uma carta. E é poema.
Ás vezes a perfeição está no espaço de um passo ao outro
É por ali que o sonho se esconde
Todo dia, toda oportunidade!
Eu tenho fé e essa vontade de seguir caminhando...
Hoje eu sei que o tempo passa para todos
E que nós não somos os mesmos para sempre.
Sendo assim, ainda Bem!
Deixe-me já, poema, voltar aos planos
De uma conquista por dia...
Que o sonho é grande, 
O tempo é pouco 
E o horário agora é colegial.



 Jacqueline Lemos