Confidentes

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sobre Amar, Perdoar, sobre o Mar... Sobre Ser ou Não Ser.





Perdoai


E o mais incrível é que continuo me surpreendendo com a baixeza de algumas pessoas. Ainda me impressiono e entristeço com golpes que vem sempre de onde eu menos espero. Esse amargo na garganta em perceber que você solta o mundo para segurar a mão de alguém e esta mesma pessoa agarra-se a ele para largar da sua...  Sou sempre pega de surpresa. Também, pudera! Cobras rastejam e eu não sou de olhar pra o Chão. Mas eu supero. Eu aprendo. Eu me refaço! Ganhar o desamor como retribuição sempre me foi algo previsível e irremediável por que, apesar de tudo, (desistam) não me rendo.  Sou (entendam) UMA SOBREVIVENTE e o que me move é algo muito maior! O que move as minhas irrefutáveis escolhas É um ideal, Um sonho!  Algo que, infelizmente, almas mesquinhas jamais poderão experimentar.  Por essas, aliás, a despeito do que pensam, sinto mesmo só dó. Lamento por essas pessoas que julgam ter tudo, mas deixam a alma à míngua, morrendo de fome. Fome de HUMANIDADE, LEALDADE, COMPAIXÃO. O mais doloroso é saber que nunca irão sentir o que sinto com meu reles teatro, essa calma na alma, a nova chance, essa fé em si mesmos.  Me entristece de verdade isso... Em pensar que odiado teatro pode CURAR gente assim! A saber: Não tenho grana, não tenho status, não tenho o bom cargo... Eu apenas SOU O MEU TEATRO, num mundo onde ser alguma coisa não é absolutamente nada se você "não tem umas coisas", não é mesmo?... Não, não é! Por que afinal de contas, eu tenho só 23, muitas outras tentativas a fazer e muito, muito, muito, muito mais TEATRO!  DE MODO QUE, MINHA CABEÇA, QUE TANTOS QUEREM QUE ROLE DE ALGUMA MANEIRA, PERMANECERÁ ERGUIDA; ENCARE-ME QUEM FOR CAPAZ. É... Às vezes é preciso sair de São Luis pra conseguir lembrar que o tempo não é um inimigo ou se dar conta de que "ninguém é assim tão amigo" quando há uma oportunidade de puxar seu tapete. Fico sinceramente magoada em ver a fraqueza de pessoas a quem dedico carinho, logo eu que em nada os pretendo atingir, mesmo assim - e digo isso de coração - TUDO BEM.  O TEATRO ME TEM ENSINADO A RELEVAR, AMADURECER, COMPREENDER QUE EXATAMENTE COMO NO PALCO ALGUMAS PESSOAS ESCOLHEM MASCARAS PARA VESTIR NA PRÓPRIA VIDA. PENA É VOCÊ NÃO AVISAR O OUTRO DA SUA CENA! Por isso prefiro o palco, onde todos entram mentindo pra falar a verdade e não o inverso (Chamem isso de Ética profissional se quiserem, já tenho DRT, já poderei me aposentar como atriz - sim, sim, isso mesmo - é amor, é sonho, mas também é PROFISSÃO com direito a anuidade da carteira e Sindicato). No mais, passei da fase de "provar pra todo mundo que eu não preciso provar nada pra ninguém". Por isso, tá tudo certo. Certas coisas têm que acontecer, têm que ser definitivas e o serão. Tudo que nos ocorre na vida deve impelir-nos a exercer o direito de tentar ser feliz inerente a qualquer ser humano, não seria diferente comigo (pasmem, além de atriz eu sou um ser humano - não que me orgulhe disso também...).
"perdoai, eles não sabem o que fazem" tampouco sabem que larguei meu tapete faz tempo. Na verdade, era segredo, mas... Eu tenho asas! 
E tenho Dito.



Arco-íris
A cor corre
A dor fode
Amor...
A cor cobre
Avenida nobre
'Bienvenida' Beira-mar
Ah, o mar...
Há um mar em mim
Acorde
Ancore
Afogue.
Ah! Um mar agora
Há no mar memória
Amor, vamos pular da próxima vez
Cores novas pra nós dois.
O mar é enorme...
Como não perder-se assim?
O céu está caindo ou...?
Onde está sua mão?
Isso não deve ser tão ruim.
A dor corre
A cor cobre
Ardor.
Jacqueline Lemos



“O direito de ser”

            O tempo me tem trazido um sabor que oscila desmedidamente entre o desgosto e a perfeição. Ao passo que os dias passam, os versos se aprimoram e o cansaço se instala... Enquanto o espelho traça o seu esboço mal acabado de um corpo novo – Curvilíneo, acentuado... Minha alma protesta descontente diante de tal condição, “há algo errado aqui”, meu corpo amadureceu antes do que eu pudesse ver, entender ou preferir. Há em mim uma nova situação que me vem pedir que escolha, decida e lide com coisas com as quais não sei lidar.

            Não senti que aquela fosse à hora de abandonar os meus heróis, meus castelos, ideais e porquês... Eu não estava preparada para crescer, para cair de tão alto! Eu não soube dizer que não... Os ciclos foram selando-se depressa, sempre avulsos e desonestos, os sonhos se ofuscando, os passos se entregando as desventuras e eu, cada vez mais e sem saber por que, perdia a terra dos pés...  

            Os retratos se renovam, mas as molduras estão velhas, os olhos cegos, as mentes compradas, a recíproca nem sempre é verdadeira por que afinal, não é essa a exigência dos mercados... A maioria das pessoas cresce, mas não sabe evoluir, faz do tempo uma sentença – as vozes se calam, as verdades se omitem, as cores enegrecem e logo tudo está feio, triste e cinza, apenas cinzas...

            As prioridades que carrego, ainda são muito minhas, mas me querem convencer de que estas não me servem mais...  E me querem condicionar a novos valores e ideais, ambições que eu nunca abracei.

Ensinaram-me a gritar e logo após usurparam o meu brado, na mais singela e verdadeira tentativa de acertar me fizeram errar nos passos e então eu cai tão fundo, que me perdi naquele emaranhado de perguntas sem ter mesmo o que dizer... Sabia apenas que algo permanecia errado e que na realidade nada mais era, do que o meu “direito de ser” tomado de mim.  Quando olhei para os lados, abri as janelas, quando olhei para mim, cobri o rosto de vergonha por que aquele não era o meu mundo nem aquela era eu, minha direção nunca fora essa, tampouco fora esse o caminho que escolhi...

            Eu tinha tanto medo que isso acontecesse e vi acontecer sem fazer nada! Para onde estou caminhando agora? Quem saberá dizer se estes passos são os meus? Por que eu não decidi parar? Por que eu não disse que não? A menina que trazia nos ombros tantos anos metediços se deu conta de que o tempo não a espera, de que suas cores estão se acinzentando e que mesmos os planos mais sagrados podem tornar-se um campo minado quando a riqueza te ameaça deixar “pobre”.

Jacqueline Lemos




Um não amar preciso

Eu não o amo.
Não se não estou com ele...
Por que o que eu amo nele
É o jeito que ele me ama.
Se é que ama quando não está comigo...
O que eu amo nele
É a vastidão de seu sorriso.
A solidão que necessito,
A completude inexistente
Fazer-me presente
Sem precisar ser preciso
Eu amo isso
Esse não ser que existe
E isso de ser como, um amigo
Oculto, por assim dizer.
Eu o amo
Amo quando está comigo...
Se é que já algum dia esteve.

Jacqueline Lemos
 
*** Se você chegou até aqui, gostou mesmo.Comente,eu em muito aprecio a opinião dos que me leem***

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