Confidentes

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Sobre Sexo, sonhos e sofismas... Sobre ser.


Davilina



Quando pela primeira vez

Resolvi te olhar com olhares de um pecado nobre

Quando naquela noite fria, num café qualquer -

Atlânticos à parte - vi teus olhos marejarem...

Quando me vi neles...

Quando vi que neles eu brilhava

E os vi brilhar para mim,

Tão lindamente,

A fim de resgatar-me de uma escuridão profunda

De tanto, tanto tempo!

Era possível?  Pensei...

Olhos que me convidavam para explodir em luzes!
Era certo?

Precisaria ter sido?...

E não foi afinal?

Naquela noite explodimos um mundo novo,

Um mundo onde o sol

Poderia ter a cor que quiséssemos quando fosse nascer

Seria uma cor tênue e alegre!

E isso nos bastaria.

Era um mundo onde a minha alma,

Não importando o frio que fizesse,

Estaria sempre aquecida!

Eram olhos que me enxergavam como se só eu existisse

E, por isso mesmo, naquela noite fria eu existira como nunca antes.

E isso era tudo!

Naquela noite eu vi a vida por entre os seus olhos

Ela estava viva e era linda!

Ela estava nos seus olhos

Que estavam irredutivelmente compenetrados nos meus.

Era você me convidando

A fazer parte da sua vida, afinal!

Éramos nós a fazer de duas histórias uma só!

E a sensação de que foram muitas, muitas vidas

Para que naquela noite pudéssemos nos reconhecer.

Quando o vi naquela noite fria

Desejar tão profundamente

Por fogo em meu espírito

Bradar em chamas o que sentia

Sem que isso se pudesse dizer com palavras

Sem que se precisasse delas...

Tola verborragia- pensei.

 - Caladas na penumbra dos corpos que

Desenharam arabescos, uma noite inteira...

Foi nessa noite que  te desejei para sempre e como nunca!

Quanta ansiedade e poesia,

Quantas vidas até ali...

Quantas cores em volta

E dentro de mim...

Naquela noite explodi!

Alma nua, colorida...

Que o estava reencontrando enquanto você

A cada novo toque a descobria. 

Que mil vidas esperaria

Para que pudesse,

Entre liames de loucura e poesia, viver-te outra vez!

Alma enobrecida. Tua...

Que explodiu no fulgor dos teus olhos...

E dormiu entorpecida no calor do teu cansaço

Que descansou no teu abraço

E de lá não mais saiu.

Foi assim que - naquela manhã fria

Entre olhos e laços

Enquanto o que ainda fosse dor fenecia

Na paz quente de um “Bom dia”

No aconchego dos teus braços -

Vi clarear o primeiro dos dias que acordei ao teu lado

Compreendendo finalmente, que os mais coloridos sonhos

Acontecem quando estamos acordados.



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SER

Sou um anjo na chuva

Sem asa

Sem lenço

Sem compaixão

Sou o freio

Sou o arco

Sou arapuca do Seio

Sou ingrata indecisão

Sou ele

Sou ela

Sou deles

Imperfeição.

*******
 


                     ESTA FILOSOFIA ESTÁ VAZIA



 



"Definir-me? Ah... Mas isso eu não posso, nem quero! E se eu que sou eu, quase sempre, tão dona de mim não consegui fazê-lo quando um dia tentei, imagine Você!
Você errou meu bem...
Errou quando tentou tabelar nos seus conceitos o que eu sou. As suas receitas e experiência, (?) elas não servem aqui e não me faça essa cara, pois isso não é filosofia de vida, mas sim, a vida como de fato ela é.
Por que não, eu não sou uma pergunta dessas que você deduz, induz... Entende por seus vícios de analogia, e lamento em não sê-la, pois sei o quanto está acostumado a elas. De todo modo, ai de mim ter contigo os teus sofismas!...O quanto seria cômodo! E no fundo, como eu gostaria de acomodá-lo...

Por que afinal, você não procura ver além daquilo que julga ser fantasia? Aliás, você acreditou mesmo que juízos de valor resolveriam aqui? Não! Não estou em sua tabela-VERDADE... Como estaria? E para quê?
Não tente partir das suas premissas para uma conclusão que faça sentido...
Se não é lógico para você, acredite: Isto está para além do que o seu COTIDIANO sugere... E se nem esse cotidiano que você tanto julga conhecer e que tantas, tantas voltas (meu Deus!) pode dar... Que tanto pode arruinar e desconstruir se nem a ele você teme por que justamente a mim temeria?

Por que no fim meu bem (e essa pergunta você não precisa responder, pois entendi sozinha e a duras penas...) ser livre é justamente essa angústia de sempre estar preso, que pena... Que pena estarmos tão próximos dessa responsabilidade! E que pena sabê-la...

Próximos o suficiente para que você cegasse...
Cientes o suficiente para não questionar o não. (Se não... por que não? ) E ainda assim, distantes demais para que você pudesse entender que não.
Não, eu não sou uma pergunta!... E você está absolutamente correto! O que é pior e disso eu não discordo... Como discordaria?

Mas e você, questionou-se por um instante sequer se eu não estaria? Ou teve medo de espantar-se?
Todavia, perdoe-me o atrevimento, espantar-se não era o principio, o principal? E absoluto? Isso existe?
Sao tantos os sinais que não explicam coisa alguma. A boa e velha verborragia... os sempre uteis e demasiados três pontos... (...) (!) Ademais e a bem da verdade:

Não! Eu não sou uma pergunta!...
Eu era uma oportunidade.


Jacqueline Lemos

*** Se você chegou até aqui, gostou mesmo.Comente,eu em muito aprecio a opinião dos que me leem*** 


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