Davilina
Quando pela primeira
vez
Resolvi te olhar com
olhares de um pecado nobre
Quando naquela noite
fria, num café qualquer -
Atlânticos à parte - vi
teus olhos marejarem...
Quando me vi neles...
Quando vi que neles
eu brilhava
E os vi brilhar para
mim,
Tão lindamente,
A fim de resgatar-me
de uma escuridão profunda
De tanto, tanto tempo!
Era possível? Pensei...
Olhos que me
convidavam para explodir em luzes!
Era certo?
Precisaria ter sido?...
E não foi afinal?
Naquela noite explodimos
um mundo novo,
Um mundo onde o sol
Poderia ter a cor que
quiséssemos quando fosse nascer
Seria uma cor tênue e
alegre!
E isso nos bastaria.
Era um mundo onde a
minha alma,
Não importando o frio
que fizesse,
Estaria sempre
aquecida!
Eram olhos que me
enxergavam como se só eu existisse
E, por isso mesmo,
naquela noite fria eu existira como nunca antes.
E isso era tudo!
Naquela noite eu vi a
vida por entre os seus olhos
Ela estava viva e era
linda!
Ela estava nos seus
olhos
Que estavam
irredutivelmente compenetrados nos meus.
Era você me
convidando
A fazer parte da sua
vida, afinal!
Éramos nós a fazer de
duas histórias uma só!
E a sensação de que
foram muitas, muitas vidas
Para que naquela
noite pudéssemos nos reconhecer.
Quando o vi naquela
noite fria
Desejar tão profundamente
Por fogo em meu
espírito
Bradar em chamas o
que sentia
Sem que isso se
pudesse dizer com palavras
Sem que se precisasse
delas...
Tola verborragia- pensei.
- Caladas na penumbra dos corpos
que
Desenharam arabescos, uma noite inteira...
Foi nessa noite que te desejei para sempre e como nunca!
Quanta ansiedade e
poesia,
Quantas vidas até
ali...
Quantas cores em
volta
E dentro de mim...
Naquela noite
explodi!
Alma nua, colorida...
Que o estava
reencontrando enquanto você
A cada novo toque a
descobria.
Que mil vidas
esperaria
Para que pudesse,
Entre liames de
loucura e poesia, viver-te outra vez!
Alma enobrecida. Tua...
Que explodiu no
fulgor dos teus olhos...
E dormiu entorpecida
no calor do teu cansaço
Que descansou no teu
abraço
E de lá não mais
saiu.
Foi assim que - naquela
manhã fria
Entre olhos e laços
Enquanto o que ainda
fosse dor fenecia
Na paz quente de um
“Bom dia”
No aconchego dos teus
braços -
Vi clarear o primeiro
dos dias que acordei ao teu lado
Compreendendo
finalmente, que os mais coloridos sonhos
Acontecem quando
estamos acordados.
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SER
Sou um anjo na chuva
Sem asa
Sem lenço
Sem compaixão
Sou o freio
Sou o arco
Sou arapuca do Seio
Sou ingrata indecisão
Sou ele
Sou ela
Sou deles
Imperfeição.
ESTA FILOSOFIA ESTÁ VAZIA
"Definir-me? Ah... Mas isso eu não posso, nem quero! E se eu que sou eu, quase sempre, tão dona de mim não consegui fazê-lo quando um dia tentei, imagine Você!
Você errou meu bem...
Errou quando tentou tabelar nos seus conceitos o que eu sou. As suas receitas e experiência, (?) elas não servem aqui e não me faça essa cara, pois isso não é filosofia de vida, mas sim, a vida como de fato ela é.
Errou quando tentou tabelar nos seus conceitos o que eu sou. As suas receitas e experiência, (?) elas não servem aqui e não me faça essa cara, pois isso não é filosofia de vida, mas sim, a vida como de fato ela é.
Por que não, eu não sou uma pergunta dessas
que você deduz, induz... Entende por seus vícios de analogia, e lamento em não
sê-la, pois sei o quanto está acostumado a elas. De todo modo, ai de mim ter
contigo os teus sofismas!...O quanto seria cômodo! E no fundo, como eu gostaria
de acomodá-lo...
Por que afinal, você não procura ver além daquilo que julga ser fantasia? Aliás, você acreditou mesmo que juízos de valor resolveriam aqui? Não! Não estou em sua tabela-VERDADE... Como estaria? E para quê?
Não tente partir das suas premissas para uma
conclusão que faça sentido...
Se não é lógico para você, acredite: Isto está para além do que o seu COTIDIANO sugere... E se nem esse cotidiano que você tanto julga conhecer e que tantas, tantas voltas (meu Deus!) pode dar... Que tanto pode arruinar e desconstruir se nem a ele você teme por que justamente a mim temeria?
Se não é lógico para você, acredite: Isto está para além do que o seu COTIDIANO sugere... E se nem esse cotidiano que você tanto julga conhecer e que tantas, tantas voltas (meu Deus!) pode dar... Que tanto pode arruinar e desconstruir se nem a ele você teme por que justamente a mim temeria?
Por que no fim meu bem (e essa pergunta você não precisa responder, pois entendi sozinha e a duras penas...) ser livre é justamente essa angústia de sempre estar preso, que pena... Que pena estarmos tão próximos dessa responsabilidade! E que pena sabê-la...
Próximos o suficiente para que você cegasse...
Cientes o suficiente para não questionar o não. (Se não... por que não? ) E ainda assim, distantes demais para que você pudesse entender que não.
Não, eu não sou uma pergunta!... E você está
absolutamente correto! O que é pior e disso eu não discordo... Como discordaria?
Mas e você, questionou-se por um instante sequer se eu não estaria? Ou teve medo de espantar-se?
Todavia, perdoe-me o atrevimento, espantar-se não era o principio, o principal? E absoluto? Isso existe?
Sao tantos os sinais que não explicam coisa
alguma. A boa e velha verborragia... os sempre uteis e demasiados três
pontos... (...) (!) Ademais e a bem da verdade:
Não! Eu não sou uma pergunta!... Eu era uma oportunidade.
Jacqueline Lemos
*** Se você chegou até aqui, gostou mesmo.Comente,eu em muito aprecio a opinião dos que me leem***
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