Confidentes

sábado, 7 de junho de 2014

- A Queda Para o Alto –



 

 
- A Queda Para o Alto –


 
Vem...

Vamos contar até três,
Vamos pular para o alto,
Perder conosco o medo do mundo!
Vem mais pra cá,
Deita ao meu lado.

Exalta comigo sua beleza exata,
Que exato mesmo só há isso!
Que esse é meu dia mais bonito...
E os meus dias costumam ser tristes,
Nublados.

Por que toda alma de poeta
É desgraçada...
E por que chove lá fora.
Por que toda alma de poeta
Nasce incompleta
Ruminando ‘eus’ demais
‘poemando-se’ sempre
E isso é veneno!

Por que toda alma de poeta
Não é sozinha.
Por que há poesia
E por que a poesia não se comporta
É que ela vai do céu ao inferno
Vamos?

A poesia não se conforma onde haveria de haver
Por que nós?
Por que você não se acostuma
Mas comumente extrapola
Não se encaixa
Nem vai se importar tanto assim
Enquanto estiver derramando
E você se derrama...

Por que sempre há
Aquela vontade de não acordar
Mas, ainda está viva, não é mesmo?
Não tenha medo...
Também arranho as noites
Para que os poemas se deitem comigo
Mas não consigo dormir
Nem pretendo acordar!

Vem...
Escreve
Se não para perto
Então, para tão longe...
Escrever para restar viva! E só isso.
Que esta minh’alma não tem limite, nem preferências.

Vive das suas pequenas fraquezas
Seus versos infames
Seus singelos 'expiro-temas'
Contra tudo e contra todos
Não se sabe até quando.


Franquezas à parte,
É somente quando finalmente parto,
Que tua imagem resplandece
E aí, já não sou eu, mas, o sonho...
Que me parte ao meio!
Que inspira transpirando
Que transcende o instante em que te vejo poema
- que ironia! -
Em estado de Graça!

E assim jaz minha escrita embriagada
Dos teus trinta e poucos medos...
Vira poema que aconteceu.
E aí haja hoje para tanto ontem
Haja alguns goles de café.
Por que dormir ainda dá medo
E por que nos meus sonhos
Eu tenho saudades
Do que nunca vivi...
Para sempre!

Reencarnada algumas vezes,
Resta-me assim a natureza madura desses versos
Que brotam das rachadoras
Que escorrem dos poros
Soluçam no pólen das flores e choram acuados.

Versos que talvez se valham do teu colo de Deusa,
Já que nada valem os poetas...
Valeria, ainda assim, o meu juízo inspirado de ti,
Que ocorreria em qualquer tempo?

Os poetas!
Infames egoístas
E suas excentricidades...
Com rimas às luzes da insônia
Com trovas às sombras da musa
A minha gota d’água
A ousadia em transbordar
E ao acordar não mais que grãos de areia
Todos nós os desvalidos
Os poetas.

Os que sempre sentem medo
E apesar disso seguem
Quase humanos
Eu também sinto medo...
Do frio do outono
Do calor dos infernos
Da ode a desgraça
Medo da suspensão.
Mas, não por isso...
Por que não?
É aqui que eu salto,
Até Breve.


Jacqueline Lemos


Nenhum comentário:

Postar um comentário