APÓS UM JEJUM POÉTICO DE MESES...
Mulher (por uma
delas)
Há aquela que tem medo da felicidade.
Mulheres são de Vênus
E de Marte.
Penteiam seus cabelos
Entrelaçando sonhos no peito,
Ela se pinta e se enfeita
(Umas sim, outras não e tanto faz.)
Com efeito, no espelho se procuram
E vira do avesso pela cria
(Mas, nem todas.)
Ela se encontra, ela se vira, ela
se cria.
Há mulheres que dão vida
Outras que sobrevivem
E há mulheres que estão presas em
seu corpo
(Como tantos)
E todas elas são perfeitas
E insuportáveis (De TPM, qualquer
uma)!
E algumas têm medo da felicidade.
Mas se arrebentam feito proa entre
os mares
Peito aberto, curva linda.
Numa coragem tão densa e incompreensível!
Há pouco tive a impressão de ouvir
uma delas
Pela vaga lembrança do assoalho em
seus sapatos,
Quando, ás vezes, vinha dona.
Mas era o sopro de um dia frio,
apenas.
E não a felicidade.
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Vestes de Aço
Peito frio que se expõe
À arte do ridículo
E também estes
Vestes de Aço
Ventos do leste
O artista morre a espera do nada
E de gente, no sentido
De humanidade
Os artistas, estes palhaços!
Escancarando as vísceras
Dos outros
Alimentando os sonhos das crianças
Os artistas, estes loucos
Assassinando-se
Como um blues over
Os artistas estes bobos
Da Grande Corte...
A quem ainda e a pulmões
Peito aberto há de gritar:
Que o corte é fundo,
Mas não é por que sangra
Que deixará de sonhar.
O artista...
Nunca.
Oh sina!
O ARTISTA É TODO FÉ.
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Plano de Aula
“E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê flor e fruto”.
- Milton Nascimento -
De volta ao começo
Do caderno e a caneta
E o que é isso?
O plano é renascer poema
Mas há tanto que planejar
Tanto que viver
E há saudades todo tempo
E a ansiedade dos primeiros passos
Perdidos uns nos outros
E o desafio dos caminhos novos
E toda essa trajetória que
Retorna ao meu ponto de partida.
E há alguém para quem eu gostaria de
dizer,
sobre isso, o seguinte:
“Eu ainda nem sei direito como
cheguei aqui. Sabe, a sua falta quase me matou... Mas saiba que eu estou feliz!
Hoje eu compreendo tanta coisa que na meninice você me ensinava e me sinto tão
perto agora e ainda sinto tanta saudade!”
Mas isto devia ser um plano e não
uma carta. E é poema.
Ás vezes a perfeição está no
espaço de um passo ao outro
É por ali que o sonho se esconde
Todo dia, toda oportunidade!
Eu tenho fé e essa vontade de
seguir caminhando...
Hoje eu sei que o tempo passa para
todos
E que nós não somos os mesmos para
sempre.
Sendo assim, ainda Bem!
Deixe-me já, poema, voltar aos
planos
De uma conquista por dia...
Que o sonho é grande,
O tempo é pouco
E o horário agora é colegial.
Jacqueline Lemos